sábado, 6 de março de 2010

ciclo (?)


Desejava o teu despertar... junto a mim. Desejava o teu odor...junto a mim. Desejava a tua voz...junto a mim. Desejava um beijo teu...em mim. És um enorme baralho de cartas impossível de descartar, és um vazio preenchido. És o flúido que me corre nas veias. Fazes-me sentir azeiteira, foleira, otária, uma mancha negra na puta desta vida. Voltas, e sais, voltas e sais, voltas, sais, (e nunca mais voltaste). Odeio-te por me pores a desabafar com a merda de um papel, odeio-te por fazeres com que te Ame desta forma suberba e irreal. Cansei-me das tuas inconstantes, do teu desleixo por mim, do teu calor ameno entre a chuva que me irritava solenemente. Sinto falta do teu sabor a pôr-do-sol de aguarelas de tons quentes, do teu andar controverso fugindo de aves que petiscavam nas calçadas das avenidas. Tenho saudades da tua (incostante) presença que se transformou num enorme tom cinzento entitulado de “saudade”. Sinto-me uma drogada ressacada por falta de seringas, graças ao facto de me ter viciado no efémero brilho dos teus olhos. Não tenho como satisfazer esta sede que tenho por ti, tu fugiste, foste embora, saíste, despediste-te, abandonaste-me...acabou. Eu Amei-te, Amava-te, questionei, despedi-me, Amo-te...continua (…).

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