sábado, 25 de abril de 2009

despedida


O tempo voa, a uma velocidade que nos escapa entre os dedos sempre que o tentamos agarrar. Desejava embarcar numa viagem rumo ao continente americano, só para sentir os ponteiros do relógio a andarem para trás. Ter a sensação que o tempo pode recuar e que o passado está apto para renascer.
Adormeço nesta praia ao relento. O pensamento domina o corpo, o pensamento traz, mais uma vez, as memórias dum amor incalculável. O passado ganha vida neste areal. O comprimento dos meus cabelos rapidamente diminui, a pele fica banhada dum tom doirado, e o olhar adquiri novamente todo o esplendor da palavra estabilidade. O sorriso renasce entre as trevas do buraco negro, o coração fica sem feridas e a pulsação aumenta a um ritmo galopante.
É deste modo que a mente se refresca quando se lembra de ti, de mim, de nós, de um pretérito-perfeito. É por esta razão que o teu nome não me escapa, que as tuas esmeraldas não se apagam com o suspiro do tempo. É assim que me despeço, sem lógicas, sem afirmações, porque uma vez que o meu coração adormeceu, já vivi mais que o necessário.

3 comentários:

  1. "É assim que me despeço, sem lógicas, sem afirmações, porque uma vez que o meu coração adormeceu, já vivi mais que o necessário." adorei:)

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  2. muito obrigado.
    ja tinha perdido a inspiraçao, mas o teu comentario foi um incentivo a voltar a escrever.

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