Caminhava na área humida da praia, que acabara de ser molhada por uma onda forte e exigente. A suave brisa sacudia-me as lágrimas da face. O tempo parava. Os segundos eram as minhas mãos, as horas o teu olhar. Eu prendia-me de tal maneira nele que o seu reflexo era visível nas inquietas águas do oceano. A imagem era nítida e real. Decidi tocar-te. As minhas mãos escorregavam pelas maças do teu rosto, como se toda a meiguice fosse um tapete deslizante. E era um tapete deslizante. Eu escorregava perante o teu ser, rendia-me face ao teu amor. A brisa que pairava nos teus ombros e que me batia na cara já não me refrescava. Só sentia a chama do teu amor, o calor da tua pele.
Um trovão rasgou o céu. O vento cruel arrancou-me dos teus braços, provocou a minha queda no areal e um sono profundo tomou conta do meu corpo.
Ao despertar com o sol quente a acarinhar-me a pele, não restavam vestígios de ti. Dos teus beijos, dos teus abraços, até do reflexo do teu denso olhar esmeraldino nas águas límpidas do oceano.
A dor prenunciava-se a cada passo. A confiança depositada naquela praia não valeu de nada. As fendas tomaram parte do meu corpo, os abismos apareciam em volta das nossas promessas de amor. O meu perfume caiu no chão, o teu sabor também. Foi essa mistura de sentidos que me fez crer na invulgaridade que me cegou. Desde a tempestade que não consigo olhar alguém da mesma forma intensa e tentadora que os meus olhos te contemplavam. Todas as vezes que a palma da minha mão se estendia por debaixo do teu queixo, o coração mergulhava num fogo mortífero e sobrenatural. Agora a corrente levou tudo, a tua irís penetrante, o calor dos teus lábios hidratados, a paz da tua pronuncia... No mar desaguam as lágrimas da venda despida e dos passos fixos. Sempre tive uma ideia muito estável sobre o amor, agora as teorias são dificultadas e postas à prova graças a uma grande instabilidade e receio. Será amor? Será verdade?
Um trovão rasgou o céu. O vento cruel arrancou-me dos teus braços, provocou a minha queda no areal e um sono profundo tomou conta do meu corpo.
Ao despertar com o sol quente a acarinhar-me a pele, não restavam vestígios de ti. Dos teus beijos, dos teus abraços, até do reflexo do teu denso olhar esmeraldino nas águas límpidas do oceano.
A dor prenunciava-se a cada passo. A confiança depositada naquela praia não valeu de nada. As fendas tomaram parte do meu corpo, os abismos apareciam em volta das nossas promessas de amor. O meu perfume caiu no chão, o teu sabor também. Foi essa mistura de sentidos que me fez crer na invulgaridade que me cegou. Desde a tempestade que não consigo olhar alguém da mesma forma intensa e tentadora que os meus olhos te contemplavam. Todas as vezes que a palma da minha mão se estendia por debaixo do teu queixo, o coração mergulhava num fogo mortífero e sobrenatural. Agora a corrente levou tudo, a tua irís penetrante, o calor dos teus lábios hidratados, a paz da tua pronuncia... No mar desaguam as lágrimas da venda despida e dos passos fixos. Sempre tive uma ideia muito estável sobre o amor, agora as teorias são dificultadas e postas à prova graças a uma grande instabilidade e receio. Será amor? Será verdade?
fotografia e texto por: Natacha Batista
Está fascinante o texto, Natacha.
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